quinta-feira, 21 de abril de 2016

Porque, porquê, por que e por quê?


Em 2016, o Brasil entrará definitivamente no mapa olímpico. O Rio de Janeiro será a primeira cidade sul-americana a receber a maior competição esportiva do mundo. Esse singelo texto tenta explicar o porquê desse meu inexplicável gosto pelos Jogos Olímpicos. Jogos esse, que farão parte a partir de agora da rotina desse blog.
O esporte faz parte da minha vida, oficialmente, desde 1992. Nasci em 1983. Muito pequeno para ver Los Angeles-1984. Muito pequeno para as madrugadas de Seul-1988. Barcelona não. Saia da escola e corria para ver as modalidades que passavam na TV. Pequenas lembranças me emocionam, como por exemplo, a vitória da Espanha sobre o Brasil no Basquete Masculino (por um único ponto). Ou da jornalista Valéria Monteiro que participava das transmissões. Da decepção do Gustavo Borges que perdeu uma medalha. Da felicidade quando ela foi, justamente, devolvida. Da alegria quando vi que o Brasil tinha vencido o ouro no vôlei masculino, e que isso representaria mais doze medalhas para o país. A decepção de saber que, na verdade, foi apenas uma, porque o vôlei (como todos os esportes coletivos) só contava uma medalha...
Mas o motivo por que Barcelona-1992 entrou na minha vida definitivamente, foi muito mais por causa de outra paixão da época. Acreditem, Barcelona me chamou atenção por outras razões.
Sempre gostei de estudar. Estou na escola desde os dois anos de idade. Ir à escola sempre foi um evento. E lá descobri a minha disciplina favorita: a Geografia.
Alguém me disse que seria legal assistir à Cerimônia de Abertura de 1992. Eram os nomes dos países, das bandeiras. Nem pensei. Peguei um caderno velho e comecei a anotar os nomes. Desenhava as bandeiras de maneira corrida. Corrida como era a entrada dos atletas no estádio olímpico. Nem todas as bandeiras eram possíveis de desenhar. Algumas muito difíceis. Outras confesso que não vi.
Mas os nomes, todos. Como entender o tal de Unified Team (Comunidade dos Estados Independentes)? A União Soviética não está participando por quê? Ué, mas não eram duas Alemanhas? (Caro leitor, o ano era 1992, outros tempos, não havia internet, eu tinha 9 anos, não me cobrem conceitos sobre a queda do muro de Berlim, pfvr).
Mas a festa foi linda. Colorida. Azul, muito azul.
E veio o ouro do Rogério Sampaio no judô. E veio o Ouro no vôlei masculino, num domingo de manhã. Chovia. Frio. Eu de cobertor deitado no chão. Depois disso, minha vida virou ciclos de quatro anos. Atlanta, Sydney, Atenas, Pequim, Londres e Rio.

Tenho mais Jogos Olímpicos na vida que muito atleta.

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