quinta-feira, 5 de maio de 2016

Brigas olímpicas


Os Jogos Olímpicos são uma competição onde os melhores do mundo lutam por medalhas. Só que muitas vezes, essa briga sai das regras (e do sentido figurado) e vai para as vias de fato.

Foram muitas tretas olímpicas, e eu escolhi duas para contar pra vocês. Uma delas envolvendo o Brasil.

A primeira história de hoje aconteceu nos jogos de Pequim-2008.  Disputa da medalha de Bronze no Tae kwondo na categoria acima de 80kg.

A luta em questão era entre o atleta do Cazaquistão Arman Chilmanov e o cubano Angel Matos.

O Cubano Angel Matos já havia sido campeão olímpico em Sydney 2000. Lutava pela sua segunda medalha em 2008, vencia a luta por 3x2, quando sentiu uma contusão.
Faltavam 7 segundos para o final do luta. Ele estava recebendo atendimento médico. A regra diz que o lutador tem 1 minuto para ser atendido. O arbitro normalmente avisa quando esse tempo está acabando.
Mas o arbitro não avisou, o tempo acabou e o arbitro resolveu desclassificar o lutador cubano e dar a vitória ao Cazaque.
O cubano ficou possesso, e olha o que ele fez:

Não pensou, partiu pra cima do juiz...
O Cubano não foi apenas desclassificado, ele foi banido junto com seu técnico de qualquer competição internacional. O técnico inclusive, acusou a equipe do Cazaquistão de tentar suborná-lo para que o cubano entregasse a luta para o atleta cazaque e que tudo havia sido uma armação.
Barraco total.
A segunda história envolve o Brasil. E não só isso, é uma das maiores confusões olímpicas da história.
Vôlei Feminino. O ano era 1996 e a cidade era Atlanta. Semifinal entre Brasil x Cuba.
Sem dúvidas, foi uma das maiores rivalidades do esporte. Mas quem venceu na maioria das vezes foram elas: as Cubanas.
As duas equipes eram até amigas no início da década de 90. Tinham uma boa relação, trocavam presentes. Mas o Brasil sempre perdia pra elas.
Ai, sabe-se lá o que aconteceu, as duas equipes começaram a se estranhar. As Cubanas acusam o técnico Bernardinho pela suposta mudança das brasileiras. As brasileiras dizem que foram as cubanas que começaram, a partir do momento em que o Brasil começou a se destacar no cenário internacional e “roubar” as premiações individuais que antes iam pra ilha do Fidel.
Bom, mesmo não sabendo onde começou, a verdade é que as seleções começaram a se enfrentar e eram confrontos equilibrados. Algumas vitórias brasileiras, mas as cubanas ganhavam nas competições mais importantes. Inclusive venceram o Mundial em 1994 em São Paulo, no ginásio do Ibirapuera enfrentando as brasileiras na final. Vamos dar uma olhada na final de 1994:

Em 1995, na Copa do Mundo que era classificatória para os Jogos de 1996, nova vitória cubana.
E chegaram nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 como a grande final anunciada. Ninguém tinha dúvidas que as duas seleções fariam a final.
Mas o destino começou a atrapalhar essa lógica na formação dos grupos: Brasil, Rússia e Cuba, três grandes favoritas, ficaram na mesmo chave na primeira fase. Praticamente um grupo da morte. Mas o Brasil não quis nem saber, fez 3x0 tanto na Rússia, quanto em Cuba. O Natural seria Cuba vencer a Rússia. Mas deu zebra, as russas venceram e jogaram as cubanas para terceiro do grupo. Isso tinha um significado muito grande: a final não podia ser mais Brasil x Cuba. Elas obrigatoriamente se enfrentariam em uma das semifinais.
E não deu outra, Brasil e Cuba atropelaram as adversárias nas quartas e se encontraram na disputa por uma vaga na final.
E foi um jogo muito nervoso. Muitas provocações por parte das cubanas. E os times jogando muito. E errando também.
O Brasil teve chance no quarto set de vencer por 3x1, mas vacilou e a partida foi para o set desempate.
Ai foi show cubano, elas não deram chance e carimbaram o passaporte para a grande final contra a China, em que acabaram confirmaram o favoritismo.
Só que mesmo vencendo, elas não perderam a chance de provocar as brasileiras. Ai, dá uma olhada na confusão depois do último ponto (se quiser, pule para 08:22):

Márcia Fu, que nunca foi a jogadora mais tranquila do mundo, perdeu a cabeça e partiu pra cima das adversárias. Ana Moser, líder do time, exigiu respeito por parte das caribenhas, que não estavam nem ai.


Mas não foi só isso. A entrada para os vestiários era a mesma, e eles se encontraram nesse corredor. A partir daí, ninguém sabe muito o que aconteceu. A jogadora Ana Paula acusa a cubana Regla Torres de ter batido nela. A Regla Torres jura, e diz ainda que se tivesse batido na Ana Paula, ela nunca mais ia jogar Vôlei na vida.


O Brasil foi disputar o bronze, sofreu muito contra uma Rússia que era claramente inferior, mas superando todas as dificuldades e com ajuda das jogadoras reservas, venceu a partida e garantiu a primeira medalha brasileira feminina do Vôlei.
Só que depois de Atlanta,  a briga só piorou. No Grand Prix, uma competição que ocorreu logo depois dos jogos na Ásia, teve treta de novo, só que dessa vez o Brasil ganhou (e provocou). Dá uma olhada(vá para 10:10):

Mas a federação internacional não gostou dessas brigas e deu uma bronca nas duas seleções. Ou paravam de brigar, ou ia rolar suspensão.
Hoje, Cuba não tem mais uma seleção competitiva, enquanto o Brasil é o atual Bicampeão Olímpico.

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