Os Jogos Olímpicos são uma competição onde os melhores do mundo lutam por medalhas. Só que muitas vezes, essa briga sai das regras (e do sentido figurado) e vai para as vias de fato.
Foram muitas tretas olímpicas, e eu escolhi duas para contar pra vocês. Uma delas envolvendo o Brasil.
A primeira história de hoje aconteceu nos jogos de Pequim-2008. Disputa da medalha de Bronze no Tae kwondo na categoria acima de 80kg.
A luta em questão era entre o atleta do Cazaquistão Arman Chilmanov e o cubano Angel Matos.
O Cubano Angel Matos já havia sido campeão olímpico em Sydney 2000. Lutava pela sua segunda medalha em 2008, vencia a luta por 3x2, quando sentiu uma contusão.
Faltavam 7 segundos para o final do luta. Ele estava recebendo atendimento médico. A regra diz que o lutador tem 1 minuto para ser atendido. O arbitro normalmente avisa quando esse tempo está acabando.
Mas o arbitro não avisou, o tempo acabou e o arbitro resolveu desclassificar o lutador cubano e dar a vitória ao Cazaque.
O cubano ficou possesso, e olha o que ele fez:
Não pensou, partiu pra cima do juiz...
O Cubano não foi apenas desclassificado, ele foi banido junto com seu técnico de qualquer competição internacional. O técnico inclusive, acusou a equipe do Cazaquistão de tentar suborná-lo para que o cubano entregasse a luta para o atleta cazaque e que tudo havia sido uma armação.
Barraco total.
A segunda história envolve o Brasil. E não só isso, é uma das maiores confusões olímpicas da história.
Vôlei Feminino. O ano era 1996 e a cidade era Atlanta. Semifinal entre Brasil x Cuba.
Sem dúvidas, foi uma das maiores rivalidades do esporte. Mas quem venceu na maioria das vezes foram elas: as Cubanas.
As duas equipes eram até amigas no início da década de 90. Tinham uma boa relação, trocavam presentes. Mas o Brasil sempre perdia pra elas.
Ai, sabe-se lá o que aconteceu, as duas equipes começaram a se estranhar. As Cubanas acusam o técnico Bernardinho pela suposta mudança das brasileiras. As brasileiras dizem que foram as cubanas que começaram, a partir do momento em que o Brasil começou a se destacar no cenário internacional e “roubar” as premiações individuais que antes iam pra ilha do Fidel.
Bom, mesmo não sabendo onde começou, a verdade é que as seleções começaram a se enfrentar e eram confrontos equilibrados. Algumas vitórias brasileiras, mas as cubanas ganhavam nas competições mais importantes. Inclusive venceram o Mundial em 1994 em São Paulo, no ginásio do Ibirapuera enfrentando as brasileiras na final. Vamos dar uma olhada na final de 1994:
Em 1995, na Copa do Mundo que era classificatória para os Jogos de 1996, nova vitória cubana.
E chegaram nos Jogos Olímpicos de Atlanta em 1996 como a grande final anunciada. Ninguém tinha dúvidas que as duas seleções fariam a final.
Mas o destino começou a atrapalhar essa lógica na formação dos grupos: Brasil, Rússia e Cuba, três grandes favoritas, ficaram na mesmo chave na primeira fase. Praticamente um grupo da morte. Mas o Brasil não quis nem saber, fez 3x0 tanto na Rússia, quanto em Cuba. O Natural seria Cuba vencer a Rússia. Mas deu zebra, as russas venceram e jogaram as cubanas para terceiro do grupo. Isso tinha um significado muito grande: a final não podia ser mais Brasil x Cuba. Elas obrigatoriamente se enfrentariam em uma das semifinais.
E não deu outra, Brasil e Cuba atropelaram as adversárias nas quartas e se encontraram na disputa por uma vaga na final.
E foi um jogo muito nervoso. Muitas provocações por parte das cubanas. E os times jogando muito. E errando também.
O Brasil teve chance no quarto set de vencer por 3x1, mas vacilou e a partida foi para o set desempate.
Ai foi show cubano, elas não deram chance e carimbaram o passaporte para a grande final contra a China, em que acabaram confirmaram o favoritismo.
Só que mesmo vencendo, elas não perderam a chance de provocar as brasileiras. Ai, dá uma olhada na confusão depois do último ponto (se quiser, pule para 08:22):
Mas não foi só isso. A entrada para os vestiários era a mesma, e eles se encontraram nesse corredor. A partir daí, ninguém sabe muito o que aconteceu. A jogadora Ana Paula acusa a cubana Regla Torres de ter batido nela. A Regla Torres jura, e diz ainda que se tivesse batido na Ana Paula, ela nunca mais ia jogar Vôlei na vida.
O Brasil foi disputar o bronze, sofreu muito contra uma Rússia que era claramente inferior, mas superando todas as dificuldades e com ajuda das jogadoras reservas, venceu a partida e garantiu a primeira medalha brasileira feminina do Vôlei.
Só que depois de Atlanta, a briga só piorou. No Grand Prix, uma competição que ocorreu logo depois dos jogos na Ásia, teve treta de novo, só que dessa vez o Brasil ganhou (e provocou). Dá uma olhada(vá para 10:10):
Mas a federação internacional não gostou dessas brigas e deu uma bronca nas duas seleções. Ou paravam de brigar, ou ia rolar suspensão.
Hoje, Cuba não tem mais uma seleção competitiva, enquanto o Brasil é o atual Bicampeão Olímpico.
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