(fonte:esporte.uol.com.br) |
Quando
se bateu o martelo na venda de Neymar para o Barcelona, comecei a fazer uma
profunda reflexão sobre como o nosso futebol vai se tornando mais a cara do
nosso país. Desde a invasão portuguesa (digo invasão porque acho que não houve
conquista, pois aqui já habitavam os povos originários da America e estes foram
escravizados e perderam suas terras e que até hoje vivem isolados da população,
com seus direitos restritos), o país se tornou um exportador de matéria-prima. Esta
matéria era vendida de forma barata da colônia para a metrópole e voltava muito
mais cara como produto finalizado e assim é até os dias de hoje. Bom o que este
papo tem haver com o futebol? TUDO. Por quê?
Hoje o nosso futebol nada mais é
do que um exportador de matéria-prima. Neymar foi vendido por pouco mais de 40
milhões de euros, sendo o maior craque de nossa Seleção no momento. E menos de
uma semana depois, Fernandinho, jogador comum que nunca foi sequer convocado
pra seleção teve seu direitos comprados pelo Manchester City junto ao Shaktar
Donetsk por 60 milhões de euros, ou seja, o jogador que no mundo de hoje também
é um mero produto saí do Brasil, dito “país do futebol” valendo o mínimo
possível e na Europa além de aprender a jogar de verdade, ele ainda passa a ser
supervalorizado. Ou alguém acha que assim que vestiu a camisa do Barcelona, Neymar
continua valendo os pouco mais de 40 milhões de euros que foi pago ao Santos?
(Fonte:alosertao.com.br) |
Mas o maior reflexo disto é que
estamos exportando estes jogadores cada vez mais cedo e, como são de fato
grandes jogadores, eles acabam sendo convocados para a Seleção, esta que perde
cada vez mais a cara de seu povo, de sua torcida. A maior prova disto foi a
torcida gaúcha pedindo a entrada de Fernando, hoje já ex- jogador do Grêmio, no
amistoso da Seleção contra a França em Porto Alegre. As torcidas dos clubes
estavam ansiosas por ver os jogadores de seus times brilhando também com a
camisa da seleção, recheada de jogadores que nunca brilharam em nossos gramados
como Hulk, Luiz Gustavo, Dante, Filipe Luiz, David Luiz e Daniel Alves (que
ninguém praticamente lembra de sua única temporada vestindo a camisa do Bahia).
Pena. Com o passar do tempo a
este processo só vai piorando. Logo teremos uma seleção onde os jogadores só
desfilarão por aqui nos jogos de categoria de base e assim que completarem 18
anos vão para a Europa para depois vestirem a camisa da seleção sem nenhuma
identificação com a sua torcida.
Claudio
Leonel
Nenhum comentário:
Postar um comentário